Injeção de ácido hialurônico em tecido profundo – vale ou não a pena?

O aumento expressivo do uso de preenchedores para fins estéticos nos faz buscar cada vez mais conhecimento para que possamos entregar mais resultados evitando ao máximo as complicações ou mesmo resultados indesejados pelos pacientes.

Em 2019 , Sebastian Cotofana publicou um trabalhando bastante interessante que analisa o comportamento do ácido hialurônico quando injetado nos coxins de gordura profundos da face. O objetivo era avaliar dentre os parâmetros se há deslocamento desse produto injetado e se isso repercute ou prejudica o tratamento.

Foram selecionados 40 cadáveres frescos com faixa etária média acima de 60 anos e em cada um foi submetido a injeções de ácido hialurônico de forma transversal à pele e em diversas doses, nos coxins piriformes profundos, malar medial profunda, malar lateral profunda, nasolabial profunda (localizado dentro do espaço pré-maxilar) e gordura sub orbicular ocular medial e lateral.

O material injetado estava acrescido de contraste e todo tratamento foi analisado por exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada bem como dissecção do cadáver. Em todos os pacientes tratados, mesmo utilizando doses cada vez maiores de ácido hialurônico, não foi percebida migração ou deslocamento dos coxins gordurosos profundos ou do material após injeção.

O estudo apoia os conceitos atuais de injeções de preenchimento de tecidos moles em que a implantação profunda (ou seja, em contato com o osso) fornece suporte para as estruturas subjacentes, aumenta a projeção e volume na orientação anterior e induz um efeito lifting da face sendo portanto uma das melhores áreas para tratamento para reposição de volume perdido ao londo dos anos. Sendo assim, injeções de ácido hialurônico em coxins profundos da face é sem dúvida segura e interessante quando analisamos risco de migração do produto ou deslocamento dos coxins (fato que o estudo mostrou não acontecer)

Fonte: The Functional Anatomy of the Deep Facial Fat Compartments: A Detailed Imaging-Based Investigatio – Plastic and Reconstructive Surgery • January 2019

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